tag:blogger.com,1999:blog-6975758417023257741.post1587414439020445026..comments2009-08-04T23:39:49.127+01:00Comments on One Shot, One Moment: Bruno Neveshttp://www.blogger.com/profile/10502400970829084843noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-6975758417023257741.post-86116901339642683572009-02-14T05:11:00.000+00:002009-02-14T05:11:00.000+00:00Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio. Sosse...Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio. <BR/>Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos <BR/>Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas. <BR/> (Enlacemos as mãos.) <BR/>Depois pensemos, crianças adultas, que a vida <BR/>Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa, <BR/>Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado, <BR/> Mais longe que os deuses. <BR/><BR/>Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos. <BR/>Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio. <BR/>Mais vale saber passar silenciosamente <BR/> E sem desassosegos grandes. <BR/><BR/>Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz, <BR/>Nem invejas que dão movimento demais aos olhos, <BR/>Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria, <BR/> E sempre iria ter ao mar. <BR/><BR/>Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos, <BR/>Se quise'ssemos, trocar beijos e abrac,os e carícias, <BR/>Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro <BR/> Ouvindo correr o rio e vendo-o. <BR/><BR/>Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as <BR/>No colo, e que o seu perfume suavize o momento - <BR/>Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada, <BR/> Pagãos inocentes da decadência. <BR/><BR/>Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois <BR/>Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova, <BR/>Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos <BR/> Nem fomos mais do que crianças. <BR/><BR/>E se antes do que eu levares o o'bolo ao barqueiro sombrio, <BR/>Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti. <BR/>Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio, <BR/> Pagã triste e com flores no regaço. <BR/><BR/> Ricardo Reis<BR/><BR/><BR/>O nosso Fernando Pessoa*<BR/>Sei que gosta, todos nós gostamos mas há algo a acrescentar nestas lindas do tempo. A vida passa, o relógio anda, isso será sempre uma enterna garantia. Contudo, como traçamos os nossos percursos é que definirá a nossa vida. Meras palavras, meros gestos... Tudo será tempo, mas compreender, isso sim não está ao alcance de todos. <BR/>Não olhar contemplativos para o tempo, mas sim compreender o porquê de ele passar silenciosamente por entre ponteiros. Tempo dá-nos tempo para ser maior do que o próprio tempo.<BR/><BR/><BR/>João CarlosCanto o Tempo a Passarhttps://www.blogger.com/profile/18026180806250123032noreply@blogger.com